Por Allan dos Reis, no Jardim Helena
Falta apenas a votação prevista para acontecer na manhã desta quinta-feira (14) para que os vereadores – que se intitularam independentes – voltem definitivamente à base do governo Fernando Fernandes (PSDB). É a aprovação do projeto que autoriza o prefeito remanejar 10% do orçamento de 2019, que é de R$ 860 milhões.
Também está na pauta a criação de uma série de cargos – a quantidade e as posições não foram divulgadas – para contemplar os vereadores do BIH, que perderam espaço no governo após agirem como membros da oposição e criticarem a atual gestão.
Na tarde de terça (13), durante o intervalo da sessão, os vereadores Alex Bodinho (PPS), Carlinhos do Leme (PSDB), Eduardo Nóbrega (PSDB), Érica Franquini (PSDB) e Marcos Paulo (PPS), juntos com os outros vereadores governistas, se reuniram novamente com o prefeito e selaram o acordo, que também inclui a nomeação – já revelada – do pai do presidente da Câmara, Walter Paulo, como secretário de segurança.
O Taboão em Foco conversou com alguns deles após a reunião. Novamente, eles fixam o aumento salarial dos servidores como pano de fundo para a recomposição da base governista, que já teve 12 vereadores, dos 13 do parlamento.
“A população dizia que essa discussão tinha que acabar porque era prejudicial à cidade, então, em torno desta bandeira, acontecendo o aumento do funcionalismo e pacificando a discussão entre o executivo e o legislativo, saem todos ganhando”, afirma Nóbrega.
Para o presidente da Câmara, Marcos Paulo, “Uma das questões principais que nós travamos na pauta são algumas melhorias para cidade. Acredito que uma das principais é do funcionalismo, que está há 20 anos sem reajuste. Se nós conseguirmos, em torno deste projeto, nos unirmos novamente, acho que seria bom para todos nós e para cidade também. O projeto funcionalismo vai selar essa união”, diz.
“A gente [vereadores] amadureceu bastante. O Fernando percebeu que precisa do vereador. A nossa luta maior era o funcionário. Eu já fui funcionária pública e estão 20 anos sem aumento. Aumentando o salário do funcionário do jeito que a gente lutou e quer, vai pacificar”, prevê Érica.
PARECERES
A pacificação devia ter ocorrido ainda na terça, durante a sessão, mas os projetos foram para Comissão de Justiça e Redação e o presidente Professor Moreira (PSD), único oficialmente na oposição, pediu 40 horas para análise dos projetos e se ‘amarra’ no mesmo discurso dos integrantes do BIH, querendo condicionar o parecer favorável ao aumento do funcionalismo.
“Devido à importância desses projetos solicitei um prazo não tão grande para tentar exarar o parecer. O prefeito está solicitando remanejamento de 10%. E quero que esteja garantido o aumento salarial dos funcionários. Que não seja cortado nenhum benefício e direito”, diz Moreira.
Sobre o outro projeto, não foi claro. “O outro começou há alguns anos atrás, com a reestruturação dentro da Prefeitura, que evidentemente depende do remanejamento […] Não necessariamente está criando cargos. O prefeito está reduzindo cargos e está dando nomenclatura de outras funções. O que se tem na Casa, por enquanto, é isso. O que ele tira de um lado, ele põe nomenclatura de outro lado. Está equilibrado”, garante Moreira.