Por Gilmar Júnior, da redação
Entrou no quarto dia, nesta quinta-feira (26) a greve dos profissionais da limpeza urbana em Taboão da Serra depois da reunião entre sindicato patronal – Selur (das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo) – e classe trabalhadora – Siemaco (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Limpeza Urbana) realizada na última quarta-feira (25) no TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Com isso, as ruas calçadas de diversos bairros taboanenses estão tomadas por pilhas de lixo. Embu das Artes, Itapecerica, entre outros municípios da grande São Paulo e do ABC Paulista também estão com os serviços paralisados.

Segundo informou o Siemaco, a categoria reivindica um reajuste salarial de 11,73% sendo que o sindicato patronal, isto é, o Selur, ofereceu uma proposta de 6,5%. A Femaco (Federação dos Trabalhadores em Serviços, Asseio e Conservação Ambiental, Urbana e Áreas Verdes no Estado de São Paulo), que lidera os sindicatos de mais de 130 cidades do estado, não concordou e a greve foi declarada.

“Eles (Selur) ofereceram reajuste 6,5%, mas a inflação é de 7,9%. Eles disseram que era o que poderiam dar por causa da crise econômica que está afetando a todos. Não aceitamos e fomos às portas das garagens para avisar da decisão patronal com 72 horas de antecedência. Fomos a uma audiência no TRT e os juízes sugeriram um aumento de 6,5% oferecido anteriormente, mais o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), o que daria um reajuste de 9,5%, mas aí os patrões disseram que não poderiam dar isso”, explicou o presidente do Siemaco de Taboão e região, Donizete França.
De acordo com França, a prefeitura contrata o serviços de coleta e varrição de ruas – no caso de Taboão da Serra, a empresa contratada é a Cavo – que recebe por tonelada de lixo recolhido. Entretanto, alguns municípios chegam a atrasar o repasse às empresas prestadoras do serviço de limpeza urbana que, conforme diz o presidente do Sindicato, mesmo sem receber pagam normalmente os salários e encargos dos trabalhadores. “Chegamos a conclusão que as empresas estão usando a gente para pressionar as prefeituras. Na época do prefeito Evilásio Farias [gestão de 2005 a 2012] chegou a atrasar 8 meses”, declara o presidente que lembra que a última greve no município havia ocorrido em 2004.

O gerente de operações da Cavo em Taboão, Paulo Melloni, afirma que aguarda a resolução do caso e que a paralisação é exclusivamente da categoria dos trabalhadores. “Existe um acordo que em caso de greve deveria ser paralisado somente 30% por centro do efetivo. Só que esta greve é de 100%”. Seguindo as informações passadas pela Cavo, Taboão da Serra conta com o efetivo de 190 profissionais, incluindo varrição, coleta de resíduos e tarefas administrativas.