Por Gilmar Júnior, direto da redação*
Em recente investigação, a Polícia Civil de São Paulo descobriu que cinco pessoas que se passavam por médicos atuavam pelo Estado de São Paulo. Um deles, Pablo do Nascimento Mussolim, que usava a identidade do médico Paulo Galvão, foi preso em São Roque. O falso médico já havia trabalhado em Sorocaba, Franca e no Pronto Socorro da Antena, administrado pela SPDM.

De acordo com o prefeito Fernando Fernandes (PSDB), a Secretaria de Saúde está monitorando o caso e lembrou que ele já não atuava mais no município. “A doutora Raquel (secretária de saúde) já me informou sobre isso e já se tomou as providências, mas esse médico não estava mais na Prefeitura”, garante.

Na verdade, o profissional investigado era contratado pela SPDM. E o prefeito fez questão de isentar a Organização Social de qualquer culpa. E, se houver culpados, o prefeito diz não ter dúvidas que cabe ao Conselho Regional de Medicina (CRM), que omite fotos dos médicos em seu site.
“O caso do falso médico vocês precisam entender que não é culpa de ninguém. Aliás, a culpa hoje é de um órgão da minha classe, o CRM (Conselho Regional de Medicina). Porque o CRM cometeu um erro grosseiro a meu ver. No site do CRM ele deixou por conta da vontade de cada um (médico) ter a sua foto ou não publicada. Eu acho um erro gravíssimo”, acusou Fernandes.
O prefeito também fez questão de ressaltar que alguns desses profissionais estudaram fora do país e ainda não tiveram os seus diplomas revalidados, condição para atuar no país. “Pelo que eu sei esses caras não eram totalmente falsos médicos. Eles não tinham os diplomas revalidados no Brasil. Eles se formaram lá fora e não revalidaram. Uma coisa é não ter o diploma revalidado e outra é ser falso médico. Agora só cabe a nós [Prefeitura], quer dizer, a SPDM, denunciar, até porque foi enganada.”

O caso foi deflagrado no último dia 17, data em que a Polícia cumpriu mandados de prisão em hospitais das cidades paulistas de São Roque, Mairinque e Alumínio. No total, a polícia aferiu que cinco pessoas trabalhavam com CRMs falsos, sendo que três foram identificados. Além de Pablo Mussolim que usava o nome e o CRM de um médico do Rio Grande do Norte, Natani Thaisse de Oliveira foi pega utilizando o documento de Natália Oliveira e uma mulher conhecida como Vilca, que se passava por Cibele Lemos.
Aviso do CREMESP aos pacientes
O CREMESP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) orienta que os pacientes que se consultaram com o falsário devem procurar o médico novamente para realizar outro procedimento médico. Segundo a delegada Fernanda Ueda, contabilizando os três falsos-médicos, mais de 60 atestados de óbitos foram assinados.
*colaborou Allan dos Reis