Por Allan dos Reis, no Parque Assunção
Dois dias após a aprovação de um requerimento solicitando estudos para concessão de vale-transportes e dissídios aos servidores, o prefeito Fernando Fernandes (PSDB) praticamente descartou essa possibilidade de aumento, mas – pela primeira vez – cogitou conceder abono aos servidores. A proposta será discutida em reunião nesta segunda-feira (29).
“Eu tenho compromisso com o funcionalismo. Assim que tiver uma melhora da arrecadação, eu vou dar aumento ao funcionalismo. Acho que nesses momentos críticos, acho que você deve dar bônus [abono] porque ele não incide encargos ao município e fica menos pesado. E se houver algum problema [de arrecadação], você pode retirar o bônus. Eu sou favorável a isso e vamos discutir isso com eles”, antecipou Fernandes, que convocou os 12 vereadores da base para uma reunião.
Para justificar o seu argumento, Fernandes voltou a falar do momento de incerteza política e econômica que o país atravessa. “O Brasil está atravessando um momento muito difícil. Você vê o que acontece com outros Estados como o Rio de Janeiro, onde o funcionalismo não recebe. Aqui tudo foi pago. Acho que quando você vai dar aumento ou fazer qualquer coisa, você tem que ter responsabilidade”, completa.
Para o mandatário existe inclusive a possibilidade de cortar o número de servidores com livre nomeação caso a economia seja novamente atingida após a delação premiada da JBS, que atingiu diretamente o presidente Michel Temer (PMDB), que pode sofrer um processo de impeachment.
“Qual vai ser o comportamento da arrecadação daqui para frente? Não sabemos, mas não deve ser um bom comportamento. Então, como podemos nos comprometer a fazer aumento ou algo deste tipo se a gente não observar primeiro o que vai acontecer com o país. Estamos falando em aumento, mas pode ser que daqui dois a três meses estamos falando em cortes. Não vou ficar com responsabilidade que não possa cumprir”, alertou.
GREVISTAS
A discussão a respeito de aumento salarial voltou a tona com a greve realizada – desde o início do mês – de servidores ligados a educação, especialmente ADEs, ADIs e Auxiliares de Classes. O grupo reivindica dissídio e concessão de vale-transportes.
“Eu não reconheço greve. Primeiro que o número de funcionários que estão participando disto é muito pequeno. E segundo, existe um entendimento pacificado no STF, que greve só é aceita quando não há pagamento de salários. Por aumento greve não é mais aceita. […] Acho que esses funcionários estão cometendo erro grave e daqui a pouco vão ter abandono de emprego”, diz o prefeito Fernando.
Apesar de não reconhecer, o mandatário chegou a propor uma reunião com o grupo, mas exigia o fim da paralisação. Porém, em assembleia, a categoria recusou parar a greve e – consequentemente – a negociação não foi aberta.