Por Allan dos Reis, no Parque Laguna
Os atuais e ex-funcionários da Jan Lips S/A protestam há dias em frente da empresa, localizada na Avenida Castelo Branco, no Parque Laguna, que produz moldes para pneumáticos e conexões à indústria automobilística. Eles alegam que estão sem pagamento há quase seis meses.
O Taboão em Foco esteve no local na semana passada e conversou com alguns trabalhadores, que relatam estar passando, inclusive dificuldades para sustentar a família.
O inspetor de controle de qualidade Orlando Marcelino Gomes afirma que desde agosto a empresa não paga de forma correta. Nem mesmo um acordo feito na Justiça foi cumprido.
“Desde agosto a empresa não vem pagando a gente. Entramos na Justiça e ele (proprietário) pediu um prazo, mas não cumpriu. Com o sindicato, acionamos a Justiça e no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) fizemos um acordo parcelado em seis vezes. E na última parcela ele não cumpriu. Mas ele também não colocou em dia o pagamento e os vales (adiantamento salarial). Ele falou que iria vender uma máquina. Demos um prazo até dia 9 de novembro [de 2018] e paralisou total”, reclama Gomes, que afirma estar vivendo com ajuda.
Já Luciano de Carlos Machado a situação é ainda mais complicada. Ele foi demitido em maio e não consegue receber. Situação que estariam outros 38 ex-trabalhadores da Jan Lips.
“Vai fazer um ano que fui demitido e não recebi nada. Entramos com uma ação, somos 39 trabalhadores e a gente não recebe e não nos dão explicação. Fez uma comissão e falou que iria fazer uma proposta para nos pagar. Estamos aqui e até agora nada”, reclama Machado, que afirma que uma nova audiência está marcada para o dia 13 de março.
O Taboão em Foco conversou por telefone com o diretor Pedro Paulo, que reconhece que há atrasos nos pagamentos. “É uma confusão muito grande e não vamos fugir de nada. Fomos pegos de surpresa com uma série de fatores jogando contra a gente. Temos um patrimônio de 80 a 90 milhões e não vai ser uma dívida de 200 ou 300 mil que vai fazer tudo isso”, diz.
Entre esses fatores estão à crise que o país passa, dívidas que o Governo tem com a empresa e até mesmo o fator China. Sem entrar em detalhes, ele afirma que aguarda resposta da Justiça até sexta, dia 1º de março, para conversar com mais detalhes com a reportagem.