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Vereadores do ‘BIH’ votam contra próprias emendas e mantêm vetos do prefeito

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Por Allan dos Reis, no Jardim Helena

Os vereadores do chamado Bloco Independente e Harmônico (BIH) se juntaram aos governistas e acataram os vetos que o prefeito Fernando Fernandes (PSDB) fez às emendas deles, que incluía uma série de benefícios aos servidores municipais como vale-transporte, vale-refeição, além de reajuste salarial. O recuo selou a paz entre os ‘independentes’ e o governo. Apenas os vereadores André Egydio (PSDB) e Professor Moreira (PSD), votaram pela derrubada do veto.

Placa de votação para manter os vetos do prefeito Fernando Fernandes às emendas que os vereadores do BIH aprovaram e agora reprovaram. O presidente Marcos Paulo só votaria em caso de empate, mas apoiou os vetos.

Com isso, o orçamento de 2019 que o prefeito Fernando Fernandes (PSDB) enviou ao legislativo está valendo, com exceção do remanejamento, que – por enquanto – não tem. Os vereadores Marcos Paulo (PPS), Eduardo Nóbrega (PSDB), Érica Franquini (PSDB), Alex Bodinho (PPS) e Carlinhos do Leme (PSDB) que haviam lutado por uma série de benefícios ao funcionalismo abriram mão das propostas. Em contrapartida, eles devem voltar a indicar aliados para ocuparem cargos no governo.

O reajuste ao funcionalismo já estava garantido na peça orçamentária original e deve ser enviado à Câmara na próxima segunda, dia 1º de abril, em sessão extraordinária. O percentual ainda não foi anunciado, mas deve ficar entre 8% e 9%.

O vereador Eduardo Nóbrega falou sobre a pacificação. “O ponto central gira em torno do reajuste. Era a pedra de toque. Agora é o momento decisivo. Era a hora e o dia de se fazer Justiça ao funcionalismo municipal a tão sonhada lei que vai reajustar o salário”, diz. “Vou dar um voto de confiança ao prefeito que ajudei a eleger”, completou, ao dizer que terá sessão extraordinária para essa votação.

Já o presidente Marcos Paulo minimizou a importância do teor das emendas e diz que a luta era pelo direito de fazê-las. “Nós lutamos muito pelo direito de fazer emendas. E disso não abrimos mão e vencemos isso na Justiça. […] Nós também lutávamos também pela manutenção da mesa diretora. E o terceiro ponto é dizer que foi uma votação que abriu o debate de todas as emendas e abriu o diálogo para futuramente votar o reajuste. Parte das emendas fica no compromisso político”, diz.

Apesar de não ter votado, presidente Marcos Paulo foi um dos pivôs para que a Câmara mantivesse os vetos às próprias emendas. Ele minimizou o teor delas e disse que a luta era pelo direito de poder apresentar.

Questionado se não era incoerente lutar por algo e depois votar contra, ele respondeu. “Aparentemente pode parecer uma incoerência. Mas também pela vontade política e para o bem do funcionalismo, nós demos esse passo atrás, pagando esse preço para que pudéssemos chegar ao reajuste salarial”, completou Paulinho.

PELO VETO

Evitando criticar diretamente seus colegas de parlamento, que compunham o BIH, os vereadores Egydio e Moreira alertaram para a incoerência dos cinco vereadores, que lutaram pelas emendas e votaram contra elas.

“Não posso vir aqui [em tribuna] depois de tudo, e minha consciência não permite, e manter esses vetos. Voto pela derrubada dos vetos”, diz Egydio, que pediu ao prefeito para ser expulso do PSDB para se juntar oficialmente à oposição.

Os vereadores André Egydio e Professor Moreira votaram para derrubar os vetos que o prefeito fez às emendas do BIH.

Moreira também foi taxativo. “Estou com o povo e voto com o povo. Não tem como ficar 60 horas [na sessão do final de ano] e chegar aqui, como se nosso trabalho não fosse realizado. O parecer [da Procuradoria da Prefeitura] desmoralizou toda essa casa de leis. […] Vamos jogar no lixo tudo que fizemos”, clamou.

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