Por Alana Lima*
O processo de diagnóstico é uma etapa que gera muitas dúvidas e sentimentos nos pais, perceber que seu filho tem algo diferente e não saber o que é traz muita angústia e sensação de impotência.
É muito comum ouvir relatos de famílias que passaram por diversos médicos antes de fechar um diagnóstico e até de ser encaminhado para alguma intervenção somente como uma hipótese para que depois de um certo tempo seja reavaliado.
Diante de tantas avaliações e exames que são importantes para essa conclusão, está a avaliação neuropsicológica.
A avaliação neuropsicológica investiga desordens neurológicas e do neurodesenvolvimento, como autismo, transtorno e déficit de atenção e hiperatividade, transtorno opositor e desafiador, deficiência intelectual, entre outros, além de avaliar os aspectos cognitivos e comportamentais, mostrando as facilidades e déficits cognitivos, levantando as hipóteses e encaminhando para os profissionais adequados.
“A avaliação neuropsicológica surge como algo imprescindível para a compreensão do desenvolvimento da criança desde a infância, já que nos auxilia no diagnóstico de determinadas patologias neurológicas e permite assim realizar a intervenção e o tratamento de problemas comportamentais nos comprometimentos do foro psiquiátrico e psíquico e, de um modo geral, nos problemas de desenvolvimento infantil.” (CAVACO, 2015).
No caso de uma hipótese de TEA – Transtorno do Espectro Autista, por exemplo, é um diagnóstico feito por observação clínica, mas existem pontos e escalas na avaliação que podem ser cruciais, como sobre a cognição social e o comportamento social, e as escalas respondidas pelos pais e escola relatando o desenvolvimento da criança.
Além disso, é importante uma avaliação completa, mapeando as demais dificuldades cognitivas que aquela criança apresenta e testando as demais suspeitas.
Assim os profissionais que irão atender conseguem conduzir as terapias de forma mais adequada, a escola pode adaptar e manejar situações para diminuir possíveis prejuízos acadêmico e social, e a família lidar com as dificuldades da criança de forma mais apropriada.
É indicado que a avaliação neuropsicológica seja refeita após 2 anos, para reavaliar se os pontos que estavam em déficit foram melhorados.
Referências
American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, 5ª edição (DSM-5). Trad: Maria Inês Corrêa Nascimento. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Avaliação neuropsicológica [recurso eletrônico] / Leandro F. Malloy-Diniz … [et al.]. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre: Artmed, 2010.
CAVACO, Nora. Autismo: Uma perspectiva neuropsicológica. Omnia, nº3, ISSN: 2183- 4008, Páginas 21-31, Outubro 2015
*Alana Lima é psicóloga e neuropsicóloga infantil – CRP 06/163784
*O artigo não reflete, obrigatoriamente, a opinião do Taboão em Foco.