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Professores e estudantes protestam na Câmara de Taboão da Serra contra escolas cívico-militares

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Por Geovanna Matos, no Jardim Helena

Professores e estudantes protestaram nesta terça-feira (18) na Câmara Municipal de Taboão da Serra contra o Projeto de Lei 009/2025, que autoriza a criação de escolas cívico-militares no município. O texto, de autoria do vereador Marcos Paulo (Paulinho), foi aprovado em regime de urgência, o que gerou críticas dos manifestantes.

Com cartazes e palavras de ordem, o grupo interrompeu o início da sessão legislativa e cobrou debate sobre a proposta. Segundo os manifestantes, a militarização das escolas foi aprovada sem consulta à comunidade escolar e pode impactar negativamente o ensino público.

“Viemos aqui protestar porque a Câmara aprovou isso a toque de caixa, sem discutir com a sociedade”, afirmou Sandra Fortes, educadora e porta-voz do movimento.

Para os participantes do ato, o modelo cívico-militar restringe a liberdade dos alunos e desconsidera a realidade da educação municipal.

“Esses militares vão enfrentar uma juventude que quer liberdade, que quer se expressar, roupa, cabelo, piercing, brinco, postura, música. Não é isso que precisamos. Precisamos de profissionais da educação valorizados dentro das escolas, e a polícia fazendo a segurança nas ruas”, disse Sandra Fortes. 

Outro ponto criticado é que o projeto prevê a implementação das escolas para o ensino fundamental 2, etapa que é de responsabilidade do governo estadual, e não da prefeitura.

“Se você ler o projeto, no artigo 4, o primeiro item fala que a escola cívico-militar vai atender alunos do ensino fundamental 2. Aprovou para quem? O município é responsável pela educação infantil e pelo fundamental 1. Ou a Câmara agora está legislando sobre a rede estadual?”, questionou um manifestante.

A vereadora Najara Costa foi a única a votar contra o projeto. Em plenário, criticou a ausência de discussão sobre o tema e apontou falhas na proposta.

“A Casa Legislativa perde muito por não debater. Esse projeto chega com muitos vícios. Eu, inclusive, falei com o prefeito que o escopo é para o fundamental 2, que não faz parte da nossa rede. Os senhores votaram um projeto que não tem aplicabilidade”, argumentou.

Najara também destacou que a proposta deveria ter sido amplamente debatida com professores, estudantes e a comunidade escolar.

“Um projeto de escola cívico-militar foi aprovado em caráter de urgência, sem participação da sociedade civil. Isso afeta a vida de todos e deveria ter sido discutido com seriedade, inclusive nas comissões desta Casa”, disse.

O projeto agora segue para sanção do prefeito. Enquanto isso, os manifestantes prometem continuar mobilizados contra sua implementação.

*colaboração Samara Matos 

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