Regulação dos leitos hospitalares é novamente tema da audiência do Conselho Municipal de Saúde

Os Conselhos Municipais de Saúde de Taboão da Serra e região reuniram-se nesta quinta-feira, dia 27 de Janeiro, na Câmara Municipal de Taboão da Serra. O objetivo do encontro foi discutir a regulação de leitos nos hospitais da região como o Hospital Geral de Pirajussara (HGP) e o Hospital Geral de Itapecerica da Serra (HGIS).

A reunião começou com quase uma hora de atraso e foi aberta com uma pergunta do representante do conselho municipal de saúde de Taboão da Serra, Narciso Favaro. “Por que estamos internando nossos pacientes em outros lugares?”. Ele também lamentou as ausências dos diretores clínicos do HGP e HGIS: doutores Jorge Salomão e Didier Roberto Torres Ribas. O conselho reivindica a prestação de contas e procedimentos realizados por estes hospitais que recebem verba estadual independentemente dos atendimentos feitos.

Audiência
Conselho de Saúde discute a falta de leitos nos hospitais da região

O número de óbitos devido ao recuso de atendimentos por falta de leitos em Taboão da Serra vem aumentando, tendo sido oito casos somente neste mês de Janeiro. Para enfrentar este problema, já está sendo feito a judicialização, ou seja, interferência do Poder Judiciário. A advogada Julia Collet ressaltou que a judicialização da saúde deve cair sobre o Estado e não sobre os municípios, como está ocorrendo.

O secretário municipal da saúde de Taboão da Serra, Dr. José Alberto Tarifa, destacou a enorme falta de leitos. Somente para Taboão e Embu seriam necessários, segundo ele, em torno de 2000 leitos, sendo 60 para UTI. No entanto há apenas 285 leitos, dos quais 10 para UTI. “O Estado deveria aplicar 12% de seu orçamento em saúde, mas não o faz e os municípios estão tendo que arcar com a falta de recursos”, diz Tarifa.

Para amenizar a falta de leitos, a Central de Regulação de Urgência do Estado (CRUE – SP) deveria regular as vagas de acordo com o direito do cidadão de ser atendido em seu município, porém, de acordo com Favaro, não é isso que ocorre. “Devemos prestar atenção neste órgão que está sendo gerido pelo sindicato da construção civil”, diz.

Além da falta de leitos e remédios, outra questão levantada pelo público e representantes dos conselhos municipais foi o Projeto de Lei Complementar (PLC) 45/2010, que reserva 25% dos leitos da rede dos SUS do Estado de São Paulo para atendimentos particulares e planos de saúde. O representante do sindicato dos trabalhadores da saúde enfatizou que haverá piora do sistema. “Irá surgir uma diferenciação de atendimento e hotelaria dentro do mesmo hospital e isto é inaceitável”. A reunião foi encerrada com a palavra da presidente do conselho municipal de saúde de Taboão da Serra, Selma Basílio: “Nossa luta continua”.

Também participaram da audiência os vereadores Cido (DEM) e Natal (PP).

Por Luisa PascoareliLuisa

25 anos, economista e estudante de pós graduação em jornalismo na Faculdade Cásper Líbero.

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