Por Allan dos Reis, na redação
Em discurso na tribuna da Câmara Municipal nesta terça-feira (9), o secretário de segurança Rodrigo Falcão ‘disparou’ contra vários alvos, que segundo ele, impedem a melhoria da Segurança de Taboão da Serra.
Ele começou reclamando que a imprensa local [sempre sem citar nomes] não exalta os feitos policiais, que fizeram com que o número de ocorrências baixasse no município.
“Conseguimos diminuir, sobremaneira, diversos índices policiais. Isso foi ressaltado na imprensa local? Foi ressaltado de que maneira por alguns órgãos? Secretaria de Segurança zera o número de roubos, porém, o número de furtos dispara. Disparou de um para dois. É 100% na estatística”, diz Falcão.
Dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado mostram que o número de roubos caíram 29% em comparação entre o 1º semestre de 2022 com 2021. Porém, furtos subiram 7%, homicídios 83% e estupro 37,5%.
APOSENTADORIA
“A nossa briga, perante a União, é conseguir colocar essa pessoal [da GCM] no caput do artigo 144 [da CF] para que sejam reconhecidas como policiais para que recebam não apenas o ônus, mas também o bônus”, diz.
Ele cita uma decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, que já estaria em vigor em Osasco, que equipara na hora de aposentadoria os GCM aos policiais militares. Pedido, inclusivo, que ele afirma ter explanado em reunião com prefeito e vereadores, além de represntante da TaboãoPrev.
BRIGA INTERNA
Há poucos dias, uma decisão do comando da GCM causou revolta. Foi a ordem para que os guardas posicionassem as viaturas nos pontos determinados e – em seguida – o secretário passaria recolhendo as chaves dos veículos.
Com o vazamento de um áudio, o secretário cortou férias, adicionais e outros benefícios de toda GCM. Ato revertido dias depois.
“Existem pessoas dentro da instituição de vocês [GCM] e dentro da Secretaria de Segurança que usam o ‘sangue’ de vocês para vazar informações e desta maneira possam fazer política dentro de uma instituição que precisa ser técnica. Eles gravam o rádio [áudio] do que vocês estão gravando e passam para imprensa que é amiga deles”, reclama Falcão.
CADÊ AS VIATURAS?
O secretário aproveitou a ocasião para fazer algumas denúncias, entre elas, a de que GCM´s “sumiam” com as viaturas para outras cidades. Ele não revelou quem seriam os guardas que faziam isso.
“TRANSFORMO SÃO JUDAS, SAINT MORITZ E LEME EM ALPHAVILLE”
Rodrigo Falcão reclamou de um contrato que está sendo obrigado a assinar de meio milhão de reais. “Tem um contrato que todos os meses sou obrigado a assinar que é de R$ 500 mil. São seis milhões anuais. Me dá 500 mil por mês e vê se não transformo Taboão da Serra no município mais seguro do país. Transformo os bairros São Judas, Saint Moritz, o Leme, em Alphaville. Se me derem 500 mil reais, consigo comprar 20 motos por mês, consigo comprar quase 10 carros por mês. Depois de seis meses [falando com os GCM´s], da para cada um de vocês ter um carro, uma moto, uma base, um computador, e um drone”.
INTELIGÊNCIA SEM CONTROLE
O secretário, que também é delegado de polícia, afirma que não sabe quem tem acesso as informações de inteligência da GCM e – que por isso – Taboão da Serra está fora do programa Detecta, do Governo do Estado.
“A gente não sabe quem tem acesso ao nosso sistema de inteligência. Motivo pelo qual o Governo do Estado de São Paulo não quis firmar convenio do detecta com a gente. E o Estado não está errado. Deixar entrar em sua casa, quem você nem sabe quem entra na sua. E eu não vou deixar mais”, promete Falcão.
BRIGA COM DELEGADO
Por fim, o secretário – que também é delegado de polícia – reclamou que o titular do 1º Distrito Policial não quis registrar boletim de ocorrência sobre os áudios vazados que informava que as chaves das viaturas seriam recolhidas.
“Eu não vou me envolver em política. Sò que esse senhor, que não posso chamar de colega, esqueceu que quem foi falar com ele foi o município de Taboão da Serra que tentou expor essa fragilidade”.
Por fim, ele afirma que recorreu da Delegacia Seccional, que fez por o B.O.
“Dessa maneira, encerro esse discurso triste”