Sob chuva, 60ª Paixão de Cristo em Taboão atrai público menor, mas emociona

Por Rômulo Ferreira, publicado originalmente no VERBO ONLINE

A 60ª Paixão de Cristo teve público abaixo do esperado devido à forte chuva que atingiu Taboão da Serra na noite desta sexta (25). Cerca de 6 mil pessoas, segundo a organização, assistiram à encenação da crucificação, morte e ressurreição de Jesus – que costuma reunir em torno de 15 mil espectadores no centro a cada ano. Quem não deixou de presenciar, porém, a representação criada em 1956 por Manoel Francisco da Nova se emocionou com o forte realismo das cenas.

Sob chuva, 60ª Paixão de Cristo em Taboão atrai público menor, mas emociona
Sob chuva, 60ª Paixão de Cristo em Taboão atrai público menor, mas emociona

Cerca de 120 pessoas atuaram, 90 atores e 30 produtores, sob a direção-geral de Amaral Alves. Nos últimos anos, o ato inicial ocorria no estacionamento do Parque das Hortênsias, até quando Cristo era julgado e condenado. Depois, Jesus carregava a cruz pelas ruas do centro até o Morro do Cristo, ponto da crucificação. Neste ano, toda a encenação foi ante o Parque das Hortênsias – devido às obras de canalização do córrego Poá, que interditou algumas ruas no local.

Apesar da chuva, o público devotou olhares atentos ao palco e telões que transmitiam a encenação da maior história da humanidade. “Vim com chuva e mesmo assim está sendo lindo, os atores são ótimos, interpretam muito bem”, disse a dona de casa Faustina do Carmo, 62, moradora do Pazzini, em Taboão. “Sem chuva, isso aqui ia estar lotado, mas está sendo legal, o pessoal está apresentando muito bem”, disse o pintor Adevaldo de Carvalho, 42, do Parque Assunção.

“Pela reação do público, deu para ver que foi muito bom. Com certeza viriam muito mais pessoas se não fosse a chuva. Acredito que teve 40% a menos de pessoas”, calculou o assessor imobiliário Waderson Sampaio, 56, morador do Jardim Umarizal, na região do Campo Limpo (zona sul de SP). O ato final, o da ressurreição, foi o que mais emocionou o público. Cristo foi elevado por um braço mecânico ligado a um caminhão, culminando numa grande queima de fogos.

Apesar das dificuldades para garantir uma boa atuação, o ator Clayton Novais, que interpretou Cristo, ficou satisfeito. “Fomos atrapalhados um pouco pela chuva, pois a mudança de cenário não ocorreu completamente por questões de segurança, e a ressurreição também teve uma demora maior, mas atingimos os objetivos propostos”, disse. Ele viveu o protagonista pelo segundo ano seguido após anunciar que deixaria o papel. “Não me deixaram aposentar”, brincou.

Monsenhor Aguinaldo de Carvalho, do Santuário Santa Terezinha, para quem Taboão “se torna uma Jerusalém na Sexta-feira Santa”, falou em “chuva de bênçãos”. “Foi uma noite maravilhosa, uma digna comemoração do jubileu de diamante da Paixão de Cristo em Taboão. Esse evento nasceu antes mesmo da emancipação da nossa cidade, e penso que vem trazer muitas bênçãos para Taboão da Serra e aqui de maneira inédita no Parque das Hortênsias”, disse.

Cena da ressurreição de Jesus culminou em grande queima de fogos, emocionando as 6 mil pessoas presentes
Cena da ressurreição de Jesus culminou em grande queima de fogos, emocionando as 6 mil pessoas presentes

“Passamos por uma grande provação, a chuva muito presente, mas entendemos que ela veio trazer bênçãos para todos que aqui participaram”, completou o monsenhor. A Paixão de Cristo no centro de Taboão é uma realização da prefeitura em parceria com o santuário. O prefeito Fernando Fernandes (PSDB) também participou da 60ª edição, além do vice Laércio Lopes (PTB), na última encenação como Secretário de Cultura – deixará o cargo por causa das eleições.

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