Direto da redação com informações do g1 SP — São Paulo
A Justiça de São Paulo realiza nesta quarta-feira (12) uma audiência decisiva para definir se os cinco réus acusados de envolvimento no falso atentado que feriu o então prefeito de Taboão da Serra, José Aprígio (Podemos), irão a júri popular. O caso, que completa um ano, marcou o cenário político do município durante as eleições de 2024.
Os réus respondem por quatro tentativas de homicídio qualificado, adulteração de veículo, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público (MP), o ataque foi forjado para gerar comoção e impulsionar a candidatura de Aprígio à reeleição. Dois acusados estão presos e três permanecem foragidos.
A audiência de instrução ocorre no Fórum de Taboão da Serra, a partir das 13h. O ex-prefeito, que aparece como vítima no processo, será ouvido como testemunha.
Relembre o caso
O crime ocorreu em 18 de outubro de 2024, quando o carro blindado do então prefeito foi atingido por disparos de fuzil AK-47. O veículo transportava Aprígio, seu motorista, um videomaker e um secretário municipal. O político foi baleado no ombro e na clavícula, mas sobreviveu após ser socorrido.
De acordo com as investigações da Polícia Civil e do MP, o ataque foi planejado por pessoas ligadas ao próprio grupo político de Aprígio. O objetivo, segundo o delator Gilmar de Jesus Santos, seria simular um atentado para ganhar repercussão midiática e aumentar a popularidade do prefeito durante o período eleitoral.
O vídeo do suposto atentado foi divulgado minutos após o ocorrido e rapidamente se espalhou pelas redes sociais. Mesmo assim, Aprígio não conseguiu se reeleger, sendo derrotado por Engenheiro Daniel (União Brasil).
Os acusados
Segundo o Ministério Público, Gilmar de Jesus Santos, Odair Júnior de Santana e Jefferson Ferreira de Souza participaram da execução do crime. Eles teriam sido contratados por Anderson da Silva Moura, conhecido como “Gordão”, e Clóvis Reis de Oliveira, apontados como intermediários.
Gilmar e Anderson estão presos. Odair, Jefferson e Clóvis seguem foragidos. A Promotoria afirma que os executores receberiam R$ 500 mil pelo falso atentado, valor que seria dividido entre eles.
Um dos carros usados na ação foi incendiado em Osasco para eliminar provas. Durante a investigação, a polícia recolheu celulares e outros materiais que ainda são analisados para identificar os mandantes do crime.
Investigações continuam
Até o momento, nenhum político foi responsabilizado criminalmente pelo caso. O ex-prefeito José Aprígio nega qualquer envolvimento no atentado e já prestou depoimento à Polícia Civil de Taboão da Serra.
As investigações continuam sob responsabilidade do Ministério Público e da Polícia Civil, que tentam esclarecer quem ordenou a farsa e qual foi a origem do dinheiro prometido aos executores.
O caso segue em segredo de justiça.


