Foram analisados exames de urina de 21 pacientes que usavam o cigarro eletrônico e que passam por tratamento no hospital. O estudo teve como parâmetro os níveis de nicotina em fumantes convencias, e os dados são assustadores, segundo a diretora do programa no Incor, Jaqueline Scholz. “Eu nunca vi, nem em pessoas jovens que já tratei anteriormente fumantes de cigarro convencional, alguém com nível de nicotina tão elevado quanto os usuários de cigarro eletrônico. Isso é assustador. Em função dessa característica do usuário cigarro eletrônico a gente tem níveis de nicotina superiores ao que a gente já usava para poder identificar a variação entre eles, que é bem provável que eu tenha indivíduos que tenha consumo de nicotina superior ao equivalente a 50 e 60 cigarros”, explica.
A cardiologista ainda alerta sobre o uso de cigarro eletrônico entre os jovens. Dos 21 pacientes do Programa de Tratamento do Tabagismo, 4 são adolescentes; de acordo com Jaqueline Scholz, esse vício precoce é preocupante.
“A substância é viciante e o cérebro desses adolescentes está em formação. A nicotina entrando nesse funcionamento cerebral altera a plasticidade do cérebro e a chance do indivíduo ter complicação como quadro de ansiedade e quadro depressivo é muito grande. O cigarro eletrônico vem com essa ideia de que não é perigoso e cheio de aroma de fruta e sabor agradável, as pessoas acabam imaginando que aquilo não tem problema nenhum”, afirma Jaqueline.
O Dia Mundial Sem Tabaco, é celebrado nesta quarta-feira, 31 de maio, e tem o objetivo de alertar sobre o consumo da substância e reduzir o número de fumantes. Assim como o cigarro convencional, o eletrônico também traz vários danos à saúde, como doenças cardiovasculares e até casos de câncer, como o de pulmão. Porém, o Incor identificou que os usuários do “vape” estão tendo outros tipos de câncer que não estavam relacionados aos fumantes, como o de pele e o de tireoide.