Por Samara Matos, na redação
As vendas de imóveis usados cresceram 7,15% e as locações aumentaram 12,12% na cidade de São Paulo. Os números são de pesquisa feita com 242 imobiliárias pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP) divulgada nesta quarta (21), e se referem a maio de 2023.
O levantamento mostra que casas e apartamentos mais vendidos em maio foram os de até R$ 800 mil. As vendas feitas à vista superam as financiadas por bancos desde janeiro.
Em relação a locação, os imóveis mais alugados custam até R$ 1,5 mil mensais aos novos inquilinos.
Esses resultados ampliaram o saldo positivo acumulado nesses cinco primeiros meses do ano nos dois mercados, que chegou a 31,46% nas vendas e 48,15% na locação. A pesquisa confirmou uma tendência que vem se mantendo no segmento de vendas desde o início do ano: a prevalência dos negócios feitos com pagamento à vista. Em maio, 55,32% foram realizados dessa forma, com os bancos financiando 43,62% e os proprietários parcelando o pagamento de 1,06%.
Em abril, as vendas à vista atingiram o pico, somando 66,67% do total de casas e apartamentos vendidos pelas imobiliárias pesquisadas. O menor percentual vendido à vista foi em janeiro, com 52,5%.
“Como é difícil imaginar que investidores estejam tirando dinheiro de aplicações financeiras para comprar imóveis, o mais provável é que os compradores venham raspando suas economias, como tem acontecido com a poupança, e juntando esses recursos com outras reservas ou mesmo com o dinheiro da venda de imóvel mais barato para comprar à vista e assim fugir dos financiamentos com seus atuais juros extorsivos”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP.
Ele chama a atenção para outro registro importante da pesquisa, que são os preços dos imóveis mais vendidos. Em fevereiro, abril e maio, mais de 50% das vendas foram de imóveis com preços de até R$ 800 mil. Em janeiro os mais vendidos foram os de até R$ 600 mil (55% do total), o que se repetiu em março (60,92%).
O crescimento de 7,15% nas vendas em maio teve como um provável estímulo a queda média de 10,62% nos preços do metro quadrado dos imóveis negociados pelas 242 imobiliárias pesquisadas pelo CreciSP. Em 12 meses, contados de junho de 2022 a maio deste ano, os preços médios de venda dos imóveis vendidos na capital acumulam queda de 15,19%, para uma inflação de 3,94% medida pelo IPCA.
As 242 imobiliárias consultadas pelo CreciSP alugaram mais apartamentos (53,07%) do que casas (46,93%) em maio, mês em que o volume de imóveis alugados cresceu 12,12% em relação a abril.
Os preços dos aluguéis novos caíram 1,83% em média, em maio. De junho de 2022 a maio, os aluguéis acumulam alta de 6,34%, acima da inflação.
Em maio, 56,37% das casas e apartamentos foram alugados por até R$ 1.500,00. Entre os apartamentos, o aluguel mais barato foi de R$ 914,29 por imóveis de um dormitório localizados na Zona E, onde estão reunidos bairros mais distantes do centro, como Grajaú e São Miguel Paulista.
O mais caro – R$ 5.357,14 mensais – foi o de apartamentos com três dormitórios na Zona B, onde ficam bairros como Pompéia e Sumaré.
No segmento de casas, o aluguel mais barato foi o de residências com dois cômodos na Zona D (região de Limão e Pari), alugadas em média por R$ 400,00. As com três dormitórios situados em bairros da Zona B foram as que tiveram aluguel médio mais caro, de R$ 4.183,33.
Inadimplência
Outra queda foi na inadimplência. As 242 imobiliárias tiveram em maio 4,27% de seus inquilinos inadimplentes, 1,61% a menos que os 4,34% que ficaram devedores em abril.
O volume de imóveis devolvidos às imobiliárias por inquilinos que desistiram de continuar alugando-os equivaleu a 91,9% do total de imóveis alugados. Esse percentual é 7,31% inferior ao de abril, que foi de 99,15% do total alugado.
As rescisões foram justificadas pelos inquilinos por razões financeiras (38,5%) ou outros motivos (61,5%).